domingo, 12 de fevereiro de 2017

Nós somos Alice

            Num mundo tão conturbado como o que a gente vive (e nós mesmos construímos) – onde um ser subjulga outro seres –, fugas da realidade se tornam ferramenta necessária para a sobrevivência. A questão é: aonde o “delírio” pode nos levar? Talvez, pelos caminhos mais autênticos da busca pela verdade interior e, como o interior faz e é feito pelo exterior, leva à uma compreensão à um nível mais profundo – sensível – das coisas como são e de quem somos.

            Se julgarem um delírio por seu conteúdo inreal, lhes revido: quanto do mundo é sustentado em cima de ideias abstratas? Que, sem qualquer substrato material, são aceitas, mantidas e reproduzidas. Moldamos nossas ações e manifestações apenas pela influência de uma ideia, compartilhada, que paira no ar. O absurdo do mundo é, às vezes, mais brutal do que o absurdo das fantasias.  

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