Num mundo
tão conturbado como o que a gente vive (e nós mesmos construímos) – onde um ser
subjulga outro seres –, fugas da realidade se tornam ferramenta necessária para
a sobrevivência. A questão é: aonde o “delírio” pode nos levar? Talvez, pelos
caminhos mais autênticos da busca pela verdade interior e, como o interior faz
e é feito pelo exterior, leva à uma compreensão à um nível mais profundo –
sensível – das coisas como são e de quem somos.
Se julgarem
um delírio por seu conteúdo inreal,
lhes revido: quanto do mundo é sustentado em cima de ideias abstratas? Que, sem
qualquer substrato material, são aceitas, mantidas e reproduzidas. Moldamos
nossas ações e manifestações apenas pela influência de uma ideia,
compartilhada, que paira no ar. O absurdo do mundo é, às vezes, mais brutal do
que o absurdo das fantasias.
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